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TABERNA: Origem e evolução da palavra

Foto do escritor: Cozinha da LíviaCozinha da Lívia

Atualizado: 20 de dez. de 2024

A Evolução das Tabernas: Dos Tempos Antigos ao Cenário Moderno


As tabernas têm uma longa história que reflete a evolução da sociedade e da gastronomia. De simples abrigos para viajantes até espaços sofisticados comandados por chefs renomados, as tabernas mostram como a culinária se transforma ao longo dos séculos.

MULHER TAÇA DE VINHO CALÇADA DE LISBOA
Taberna Meia Porta | Lisboa

Origem do termo “Taberna”


A palavra “taberna” vem do latim taberna, que originalmente significava “barraca” ou “loja”. Durante a Roma Antiga, as tabernas eram locais onde se vendiam bebidas e refeições simples, além de serem espaços de convivência social.


Em Portugal, as tabernas tornaram-se pontos importantes de convívio social, sendo populares entre as comunidades locais para compartilhar histórias, debater política e, claro, degustar vinho e comida regional.


Tabernas na Antiguidade e Idade Média


Na Roma Antiga, as tabernas (tabernae) eram estabelecimentos simples, onde viajantes e trabalhadores podiam descansar, beber vinho e comer pratos básicos. Elas estavam localizadas em áreas movimentadas, próximas a mercados e estradas.


Na Idade Média, com o aumento do comércio e das peregrinações, as tabernas começaram a se diversificar, oferecendo refeições simples como pão, queijo e sopas, além de vinho e cerveja.


Esses espaços também funcionavam como locais de socialização, servindo de palco para discussões políticas, comércio e celebrações comunitárias.


Do Rústico ao Elaborado: O Renascimento das Tabernas


Com o passar dos séculos, a ideia de tabernas começou a mudar. Durante o século XIX e início do XX, elas permaneceram espaços acessíveis, mas começaram a incluir pratos regionais que refletiam a identidade cultural de cada região.


No caso de Portugal, as tabernas se tornaram sinônimo de autenticidade, servindo pratos como caldo verde, bacalhau, sardinhas assadas e petiscos rústicos, sempre acompanhados por vinhos regionais.


No entanto, o declínio das tabernas tradicionais ocorreu em muitas partes do mundo com a urbanização e o aumento dos restaurantes modernos. Muitas tabernas fecharam, mas algumas resistiram, mantendo a essência da cozinha local.


O que se encontra para comer em uma taberna?


Nas tabernas tradicionais portuguesas, os cardápios costumam incluir pratos simples, mas muito saborosos. Alguns dos itens típicos são:


Petiscos: Sardinhas assadas, chouriço, moelas e torresmos.

Sanduíches: Bifanas (carne de porco marinada) e pregos (bife de vaca no pão).

Pratos tradicionais: Caldo verde, feijoada e bacalhau à brás.

Sobremesas: Pudim de ovos e arroz doce.


Além disso, o vinho é a estrela das tabernas, acompanhado frequentemente por licores locais como a ginjinha.


As Tabernas Modernas: O Toque de Chef


Hoje, vivemos um renascimento das tabernas, especialmente em cidades como Lisboa. Esses estabelecimentos combinam a atmosfera aconchegante das tabernas antigas com a sofisticação da culinária moderna.





Sob a liderança de chefs renomados, as tabernas modernas apresentam menus que reinterpretam clássicos portugueses com ingredientes de alta qualidade e técnicas contemporâneas.


Por exemplo:


Petiscos refinados: Moelas cozidas lentamente com especiarias ou sardinhas servidas com toques de cítricos.

Influência internacional: Elementos como molhos asiáticos ou apresentações inspiradas na culinária francesa.

A valorização dos vinhos naturais: Tabernas modernas frequentemente apostam em harmonizações de pratos com vinhos de pequenos produtores ou opções biodinâmicas.


Taberna do Calhau - Mouraria


Exemplos em Lisboa


1. Taberna da Rua das Flores: Comandada pelo chef André Magalhães, esse local moderno e despojado, redefine o conceito de petisco com pratos criativos e combinações inesperadas.


2. Taberna do Calhau: Localizada no coração do bairro da Mouraria, a taberna do calhau tem um espaço aconchegante com pratos elaborados, acompanhado de uma vasta seleção de vinhos naturais.


3. Taberna Moderna: Um menu com inspiração contemporânea e vinhos cuidadosamente selecionados.


4. Taberna do Mar: Especializada em frutos do mar com receitas que respeitam tradições, mas ousam nos sabores.


5. Taberna Meia Porta: Aberta recentemente, há menos de um ano, localizada no coração de Lisboa, onde estou na foto desse post, esse local simples mas aconchegante serve petiscos e pratos portugueses para compartilhar. O destaque vai para o camarão e as croquetas de sapateira.


6. Taberna Sal grosso: A taberna sal grosso foi nos últimos dois anos a minha favorita. Ainda figura entre os meus preferidos, mas as últimas vezes em que lá fui, não senti o mesmo acolhimento. Talvez pelo excesso de fama. Todo o caso, o polvo é um dos melhores de Lisboa e aconselho a provarem.


7. Taberna Albicroque: Localizada em Alfama, essa taberna é um clássico local que serve a mais pura e autêntica comida Algarvia, do sul de Portugal em plena capital Lisboeta!


A história da evolução das tabernas mostra como a gastronomia é moldada pelo tempo. De refeições rústicas para viajantes a experiências gastronômicas elaboradas, as tabernas permanecem uma ponte entre o passado e o presente, valorizando a tradição enquanto olham para o futuro.


Infelizmente nesse caminho de transição, muitas tabernas não sobreviveram ao contexto contemporâneo e acabaram por fechar as suas portas. Entretanto, nota-se o crescente aumento de espaços modernos liderados pela nova geração de chefes portugueses.


Seja qual for o estilo, a essência das tabernas continua a mesma: boa comida, vinho e histórias para compartilhar.


Que tal explorar uma taberna moderna e descobrir novos sabores?


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Referências: J. A. Crook, Andrew Linott, Elizabeth Rawson, ed. (1994). Cambridge Ancient History. IX The Last Age of the Roman Republic 146-43 B.C. 2ª ed. [S.l.: s.n.] pp. 656–688



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